"No sertão, sob o céu da Borborema."

Caminhar pelas estradas de barro, onde residem as pequenas e grandes pedras. Onde o gado vive e morre. Onde o jumento carrega a água que mata a sede da família, família esta que te ensina uma linguagem, única e peculiar, descendente de um português inexistente na gramática. Onde lendas sobre almas e bichos perigosos se fazem real e onde o céu e o sol são os mais admirados e temidos. É caminhando por essas estradas que os seres urbanos (como eu) encontram simples explicações sobre a vida e seus porquês. É fazendo um trajeto por esse caminho, que conseguimos cumprimentar a humildade, simplicidade e verdade, sempre que nos encontramos com um menino de pé no chão e sonhos nos olhos. É nele também, que conhecemos de onde verdadeiramente vem o significado do verbo “Perseverar”. E depois de caminhar, e observar cada pedra e todos os outros detalhes, faço meu caminho de volta a “cidade grande”, com a esperança de não me esquecer do quão importante é plantar e colher. Plantar caminhos e colher sabedoria.